Uma doença autoimune é uma
condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos
saudáveis do corpo por engano, onde sistema imunológico não consegue distinguir
os antígenos dos tecidos saudáveis do corpo e acaba atacando e destruindo as
células normais do organismo. A maioria das doenças autoimunes é crônica, mas
muitas podem ser controladas com tratamento. Não existe uma forma conhecida de
se prevenir doenças autoimunes.
O sistema imunológico é um
sistema bastante complexo que pretende defender o organismo de agentes
infecciosos. O seu correto funcionamento permite o desenvolvimento de uma
resposta imunitária a fim de evitar o dano tecidual e a ocorrência de doenças.
O
tratamento atual para
as doenças autoimunes
é direcionado para a
redução da ativação do
sistema imunológico e
dos danos provocados
pelas respostas imunitárias com
o uso de fármacos imunossupressores que irão
auxiliar a suprimir a resposta inflamatória indesejada.
Há seis tipos de drogas que são
comumente usadas para tratar a DII. Algumas delas fazem com que a doença ativa
(crise) volte para a fase inativa (remissão). Outras, mantêm a doença sob
controle (manutenção da remissão). Às vezes, a mesma medicação é usada para
ambas funções. As seis categorias de drogas são:
Aminossalicilatos: estas drogas, que têm propriedades em comum com
a aspirina, são as mais usadas pelos médicos para combater a inflamação da DII.
Elas são normalmente prescritas para pessoas portadoras de Retocolite
Ulcerativa ou Doença de Crohn de leve a moderada
podem induzir e manter a remissão da doença. Entre elas estão:
sulfassalazina, mesalamina, balsalazida e olsalazina. No Brasil, somente a
sulfasalazina e a mesalazina estão aprovadas
para uso.
Corticoides: este é o segundo grupo mais comum no tratamento da
DII. Estas drogas têm ação rápida (indução da remissão) e, por isso, são muito
usadas nos períodos de crise (atividade da doença). Além de reduzir a
inflamação de forma rápida (semanas), os corticoides reduzem a atividade do
sistema imunológico. A prednisona e a metilprednisolona são as mais comuns
neste grupo (não confunda este grupo com os esteroides anabólicos usados por
atletas e fisiculturistas). No entanto, precisa ficar claro que os corticoides
não devem ser usados continuamente para controle da doença devido aos efeitos
colaterais que podem acarretar com seu uso a longo prazo. São drogas usadas
somente por algumas semanas para induzir a remissão da doença.
Antibióticos: estas drogas ajudam a manter um equilíbrio entre
todas as bactérias (as boas e as más) que vivem nos intestinos. Os dois tipos
mais prescritos são a metronidazol e a ciprofloxacina. Elas são principalmente
usadas para tratar os casos da Doença de Crohn em fase ativa.
Imunomoduladores: Esta classe inclui os 6-MP (também chamados de
6-mercaptopurina), azatioprina e metotrexato. As 6-MP e a azatioprina são as
mais usadas. Como o nome já diz, os imunomoduladores regulam o sistema
imunológico. A ação da droga demora algumas semanas (seis a oito semanas),
portanto, não são usadas na indução da remissão. Os imunomoduladores são usados
para a manutenção da remissão em longo prazo. O medicamento imunossupressor Azatioprina (pode ocasionar alterações hepáticas e baixa de glóbulos brancos) sendo eficiente ao realizar essa tarefa. Porém, seu efeito é demorado. Leva cerca de 2 a 4 meses antes que a droga comece agir com eficiência. Por isso não se assuste se o seu médico o colocar em alguma outra medicação juntamente com a Azatioprina. Ele pode estar tentando te dar cobertura até o período de maior eficiência da droga.
Ciclosporina: esta droga é chamada imunossupressoras e afeta o
sistema imunológico, mas é diferente dos imunomoduladores, pois são usadas nos
casos graves de Retocolite Ulcerativa que não respondem aos corticoides.
Infliximabe (Remicade): esta droga constitui uma classe própria, as
drogas biológicas. É um anticorpo
contra uma molécula da inflamação conhecida como fator de necrose tumoral ou do
Inglês, TNF. Por isso, o uso do infliximabe induz a redução da inflamação. Ela
é mais eficaz para os pacientes cuja DII não melhorou com outras medicações e
para aqueles que têm fístulas. O Infliximabe é administrado de forma
intravenosa a cada oito semanas. A droga pode ser usada na indução e na
manutenção da remissão.
Adalimumabe (Adalimumabe): assim como o infliximabe o adalimumabe
também é um anticorpo contra uma molécula da inflamação conhecida com fator de
necrose tumoral. O adalimumabe é administrado de forma subcutânea a cada duas
semanas.
Os imunomoduladores são
medicamentos que diminuem as defesas de nosso organismo e, consequentemente,
reduzem nossa capacidade de a inflamação. Na verdade os corticóides em doses
moderadas a altas são considerados imunossupressores, e os biológicos também.
O tratamento para doença de Crohn
e Retocolite Ulcerativa através de imunossupressores é considerado quando o
médico percebe que o tratamento com corticosteroides, aminosalicílicos e
antibióticos não está alcançando o efeito desejado, ou seja, a remissão.
Esses medicamentos são de grande
ajuda para pacientes que desenvolveram complicações como fístulas, por exemplo,
devido a diminuição da inflamação. Por conta de inibirem as células brancas do
sangue faz com que o indivíduo fique mais susceptível à infecções sendo assim,
esses medicamentos são prescritos de forma que a supressão do sistema imune não
seja pior do que a doença em si.
Essas drogas vão atuar
diretamente no DNA das células cessando a multiplicação das mesmas. Com isso
menos células do mecanismo de defesa estarão disponíveis na circulação e menor
será a produção de citocinas.
Apesar de já terem sido feitos
avanços significativos na terapia imunossupressora, muitos desafios continuam,
como a redução da toxicidade das drogas e o aumento da sua especificidade para
os tecidos, isto é, aumentar a especificidade da imunossupressão sem, no
entanto, induzir os efeitos secundários com ela relacionados.
Maria Rita
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