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domingo, 10 de julho de 2016

Alimentação para nutrir o organismo

Há muito tempo sabemos que existe uma forte relação entre os hábitos alimentares e a saúde, sendo a má nutrição e algumas doenças intimamente ligadas.
A alimentação desempenha papel muito importante na imunidade, pois o sistema imunológico necessita de energia para seu funcionamento e de vários nutrientes para a formação de células e outras substâncias envolvidas no processo de defesa.
Não existem nutrientes bons ou ruins: todos os grupos alimentares são necessários para o organismo, de uma forma ou de outra. Por isso, uma dieta equilibrada é a chave para manter a saúde (e o peso) em dia: carboidratos, proteínas, gorduras boas, vitaminas e minerais devem fazer parte de todas as refeições. O que muda é a quantidade e qualidade de cada item.

Os principais nutrientes que atuam fortalecendo nosso sistema imunológico são as vitaminas A, C e E e B9 (ácido fólico) e minerais zinco e o selênio. Logo abaixo, segue a relação de cada um deles com os mecanismos de defesa e em quais alimentos são mais encontrados.

Vitamina A - Essa vitamina apresenta um papel muito importante na manutenção e proteção das mucosas do corpo, como a boca, intestinos, bexiga, etc. A sua deficiência no nosso organismo pode provocar aumento de infecções. Os alimentos considerados ricos nessa vitamina são: cenoura, abóbora, fígado, batata doce e brócolis.

Ácido fólico (Vit. B9) - Essa vitamina é essencial para a formação das células do sangue, que protegem o organismo contra agentes que causam diversas doenças. Alimentos ricos em ácido fólico são: fígado, feijões e vegetais folhosos verde – escuros (brócolis, couve, espinafre).

Vitaminas do complexo B: - são 12, que auxiliam na formação do sangue, na circulação e nas atividades neurológicas. São encontradas em gema de ovo, arroz, peixes, legumes, fígado, pêra, carne de porco, aves, cereais e grãos. A deficiência dessas vitaminas causa cansaço, náuseas, dores de cabeça e até mesmo depressão.

Vitamina C – Essa vitamina aumenta a produção das células de defesa que têm efeito direto sobre bactérias e vírus, elevando a resistência às infecções. Fontes: Acerola, frutas cítricas (limão, laranja, lima), kiwi, caju, tomates, vegetais folhosos crus, morangos, repolho e pimentão verde são boas fontes deste nutriente.

Vitamina E - O papel principal da vitamina E é a prevenção do dano celular, visto que tem a capacidade de combater os radicais livres, que destroem as membranas celulares e causam diversos problemas, tais como o envelhecimento precoce, artrite, doenças cardiovasculares, queda de cabelo, taquicardia e cansaço. entre outras. Alimentos ricos em vitamina E são o gérmen de trigo (fonte mais importante), óleos de soja, arroz, algodão, milho e girassol, amêndoas, nozes, castanha do Pará, gema de ovo, vegetais folhosos e legumes.

Vitamina K -  é essencial na formação dos ossos e na coagulação sanguínea. Encontrada em repolho, brócolis, couve-flor, folhas verde escuras, cereais e grãos, sua deficiência leva a problemas de cicatrização.

Zinco - Esse mineral atua na reparação dos tecidos e na cicatrização de ferimentos. Fontes alimentares importantes de zinco são as carnes, peixes (incluindo ostras e crustáceos), aves e leites. Cereais integrais, feijões e nozes são também boas fontes.

Selênio - Assim como a vitamina E, esse mineral possui grande capacidade antioxidante, ou seja, neutraliza a ação dos radicais livres no nosso corpo, retardando o processo de envelhecimento e evitando o desencadeamento de algumas formas de câncer. Castanha do Pará, peixes de água salgada, fígado, carnes bovinas e aves são os alimentos mais ricos em selênio.
E, principalmente se a sua alimentação tiver alguma restrição, como os vegetarianos ou alérgicos a itens tais como glúten, proteína do leite de vaca e outros, os suplementos serão indicados. As vitaminas do complexo B, dependendo dos hábitos alimentares, tornam-se complemento obrigatório para vegetarianos.  Mas, nada de sair tomando polivitamínicos sem orientação médica e nutricional! Em excesso elas podem intoxicar o organismo e até mesmo causar doenças.

E, enquanto todo mundo pode estar escolhendo alimentos e suplementos vitamínicos para impulsionar o sistema imunológico, tomar imunossupressores oferece outros desafios. No entanto, uma boa alimentação e um sistema digestivo saudável ainda são os objetivos. A fim de maximizar os nutrientes nos alimentos, escolha alimentos não processados e frescos. Coma refeições menores e mais frequentes e tente mastigar os alimentos mais do que o habitual. O processo digestivo será mais eficaz com menos indigestão e gases intestinais, permitindo que mais nutrientes sejam absorvidos e uma chance melhor de saúde e bem estar.
Seus amigos podem até tomar um punhado de suplementos porém, você precisa escolher suplementos com o supressor imunológico em mente. Se o medicamento que você estiver tomando elimina uma vitamina ou mineral do seu corpo, faz sentido tomar um suplemento. No entanto, lembre-se de discutir os suplementos com o seu médico e nutricionista. Viver com imunossupressores significa que você tem que tomar mais cuidado do que a tolerância média.

A deficiência de ácido fólico pode ocorrer em pacientes em uso do medicamento sulfassalazina, sendo sempre indicada, com orientação médica e nutricional uma suplementação.

Devido ao uso de corticoides, ao baixo consumo de produtos lácteos, à má absorção e à inflamação sistêmica, recomenda-se suplementar os minerais Cálcio e Magnésio.
Na vigência de diarreia, esteatorréia (presença de gordura nas fezes) e hiperproliferação bacteriana podem ocorrer perdas de cobre, magnésio, zinco, fósforo e cálcio e, na esteatorreia também, má absorção de vitaminas lipossolúveis (vit.:A, D, E e K), sendo também o mineral zinco fundamental para a cicatrização de feridas e sua deficiência pode ocorrer em pacientes com fístulas persistentes.

E não adianta ter ótimos níveis de Vitamina C, sem que tenha também Selênio; não adianta ter o mineral Cálcio se não tem Magnésio e assim por diante. As vitaminas e os minerais devem estar em equilíbrio para que tenham efeito benéfico ao corpo, este é o segredo.
Se alguém foi erroneamente orientado a comprar estes compostos com Cálcio e Vitamina D para osteoporose já prontos, em farmácias, cuidado! Estudos recentes mostram que existe um aumento significativo no índice de infarto, além de não melhorarem em NADA a evolução do quadro de perda óssea. O melhor, se possível é o Cálcio quelado, manipulado e deve estar em conjunto com Magnésio, Vitamina D3 e Vitamina K em diferentes concentrações para que seja absorvido, pois tanto a Vitamina D como a Vitamina K é lipossolúvel (dependem de gordura para serem absorvidas) e deveriam vir em conteúdo oleoso.

Em relação aos ácidos graxos ômega 3. Esse ácido graxo essencial possui um efeito imunomodulador potente que parece ser mediado pela sua atuação na síntese de eicosanoides e por um efeito inibitório eicosanoide-independente da citocina pró-inflamatória interleucina (IL-1). Desta maneira, tem sido proposto que o uso desse ácido graxo suplementar pode ser benéfico no tratamento das DII e na manutenção da remissão.
Porém, os estudos com a suplementação deste nutriente  ainda são controversos, com respostas clínicas variadas em função da dose, fonte e tipo de ácido graxo ômega 3 utilizado. Esses estudos também não descrevem a relação de ácidos graxos ômega 3/ômega 6 ingeridos na alimentação combinada com a suplementação, pois este último (ômega 6) tem ação potente pró-inflamatória e alguns efeitos atribuídos à suplementação dos ácidos graxos ômega 3 podem, talvez, serem observados com a diminuição dos ácidos graxos ômega 6 na dieta. Sendo assim, essa suplementação não é rotineiramente recomendada, pois ainda não foram demonstrados benefícios clínicos evidentes. Adicionalmente, altas doses desse nutriente estão associadas a problemas com paladar inadequado, halitose e outros efeitos colaterais gastrointestinais.

E ainda falando em Ácidos Graxos, não é aconselhável comprar ômega 3 em farmácias comuns. Sim, ele é pode ser benéfico para suplementar a falta em nosso organismo. Entretanto, quando guardados por determinado tempo e sob a presença de luz, podem oxidar e estragar, portanto o mais seguro seria a manipulação, onde teríamos acesso ao laudo do nutriente é saber inclusive se tem boa concentração do que realmente interessa:
De acordo com a Crohn’s & Colitis Foundation, "Os pacientes muitas vezes acreditam que a doença é causada, e pode ser curada, pela dieta infelizmente, isso parece ser uma abordagem demasiadamente simplista, que não é suportada por dados clínicos e científicos. Não abandone o tratamento convencional, e mantenha contato com o seu médico". 
Então, lembre-se: o supressor imunológico é prescrito por um bom motivo. Planeje uma estratégia alimentar para maximizar a nutrição, a saúde e bem-estar, mantendo suas necessidades específicas em mente.


Referências:

< http://www.consea.sp.gov.br/noticia.php?id=270#.V4LsXPkrLIU>
<http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=355>

SILVA, Alice Freitas da; SCHIEFERDECKER, Maria Eliana Madalozzo; AMARANTE, Heda Maria Barska dos Santos. Ingestão alimentar em pacientes com doença inflamatória intestinal. ABCD arq. bras. cir. dig, v. 24, n. 3, p. 204-209, 2011.

 Maria Rita 

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