Há muito tempo sabemos que existe uma forte relação entre os
hábitos alimentares e a saúde, sendo a má nutrição e algumas doenças
intimamente ligadas.
A alimentação desempenha papel muito importante na
imunidade, pois o sistema imunológico necessita de energia para seu
funcionamento e de vários nutrientes para a formação de células e outras
substâncias envolvidas no processo de defesa.
Não existem nutrientes bons ou ruins: todos os grupos
alimentares são necessários para o organismo, de uma forma ou de outra. Por
isso, uma dieta equilibrada é a chave para manter a saúde (e o peso) em dia:
carboidratos, proteínas, gorduras boas, vitaminas e minerais devem fazer parte
de todas as refeições. O que muda é a quantidade e qualidade de cada item.
Os principais nutrientes que atuam fortalecendo nosso
sistema imunológico são as vitaminas A, C e E e B9 (ácido fólico) e minerais
zinco e o selênio. Logo abaixo, segue a relação de cada um deles com os
mecanismos de defesa e em quais alimentos são mais encontrados.
Vitamina A - Essa vitamina apresenta um papel muito
importante na manutenção e proteção das mucosas do corpo, como a boca,
intestinos, bexiga, etc. A sua deficiência no nosso organismo pode provocar
aumento de infecções. Os alimentos considerados ricos nessa vitamina são:
cenoura, abóbora, fígado, batata doce e brócolis.
Ácido fólico (Vit. B9) - Essa vitamina é essencial para a
formação das células do sangue, que protegem o organismo contra agentes que
causam diversas doenças. Alimentos ricos em ácido fólico são: fígado, feijões e
vegetais folhosos verde – escuros (brócolis, couve, espinafre).
Vitaminas do complexo B: - são 12, que auxiliam na formação do
sangue, na circulação e nas atividades neurológicas. São encontradas em gema de
ovo, arroz, peixes, legumes, fígado, pêra, carne de porco, aves, cereais e
grãos. A deficiência dessas vitaminas causa cansaço, náuseas, dores de cabeça e
até mesmo depressão.
Vitamina C – Essa vitamina aumenta a produção das células de
defesa que têm efeito direto sobre bactérias e vírus, elevando a resistência às
infecções. Fontes: Acerola, frutas cítricas (limão, laranja, lima), kiwi, caju,
tomates, vegetais folhosos crus, morangos, repolho e pimentão verde são boas
fontes deste nutriente.
Vitamina E - O papel principal da vitamina E é a prevenção
do dano celular, visto que tem a capacidade de combater os radicais livres, que
destroem as membranas celulares e causam diversos problemas, tais como o
envelhecimento precoce, artrite, doenças cardiovasculares, queda de cabelo,
taquicardia e cansaço. entre outras. Alimentos ricos em vitamina E são o gérmen
de trigo (fonte mais importante), óleos de soja, arroz, algodão, milho e
girassol, amêndoas, nozes, castanha do Pará, gema de ovo, vegetais folhosos e
legumes.
Vitamina K - é
essencial na formação dos ossos e na coagulação sanguínea. Encontrada em
repolho, brócolis, couve-flor, folhas verde escuras, cereais e grãos, sua
deficiência leva a problemas de cicatrização.
Zinco - Esse mineral atua na reparação dos tecidos e na
cicatrização de ferimentos. Fontes alimentares importantes de zinco são as
carnes, peixes (incluindo ostras e crustáceos), aves e leites. Cereais integrais,
feijões e nozes são também boas fontes.
Selênio - Assim como a vitamina E, esse mineral possui
grande capacidade antioxidante, ou seja, neutraliza a ação dos radicais livres
no nosso corpo, retardando o processo de envelhecimento e evitando o desencadeamento
de algumas formas de câncer. Castanha do Pará, peixes de água salgada, fígado,
carnes bovinas e aves são os alimentos mais ricos em selênio.
E, principalmente se a sua alimentação tiver alguma
restrição, como os vegetarianos ou alérgicos a itens tais como glúten, proteína
do leite de vaca e outros, os suplementos serão indicados. As vitaminas do
complexo B, dependendo dos hábitos alimentares, tornam-se complemento
obrigatório para vegetarianos. Mas, nada
de sair tomando polivitamínicos sem orientação médica e nutricional! Em excesso
elas podem intoxicar o organismo e até mesmo causar doenças.
E, enquanto todo mundo pode estar escolhendo alimentos e
suplementos vitamínicos para impulsionar o sistema imunológico, tomar
imunossupressores oferece outros desafios. No entanto, uma boa alimentação e um
sistema digestivo saudável ainda são os objetivos. A fim de maximizar os
nutrientes nos alimentos, escolha alimentos não processados e frescos. Coma
refeições menores e mais frequentes e tente mastigar os alimentos mais do que o
habitual. O processo digestivo será mais eficaz com menos indigestão e gases
intestinais, permitindo que mais nutrientes sejam absorvidos e uma chance
melhor de saúde e bem estar.
Seus amigos podem até tomar um punhado de suplementos porém,
você precisa escolher suplementos com o supressor imunológico em mente. Se o
medicamento que você estiver tomando elimina uma vitamina ou mineral do seu
corpo, faz sentido tomar um suplemento. No entanto, lembre-se de discutir os
suplementos com o seu médico e nutricionista. Viver com imunossupressores
significa que você tem que tomar mais cuidado do que a tolerância média.
A deficiência de ácido fólico pode ocorrer em pacientes em
uso do medicamento sulfassalazina, sendo sempre indicada, com orientação médica
e nutricional uma suplementação.
Devido ao uso de corticoides, ao baixo consumo de produtos
lácteos, à má absorção e à inflamação sistêmica, recomenda-se suplementar os
minerais Cálcio e Magnésio.
Na vigência de diarreia, esteatorréia (presença de gordura
nas fezes) e hiperproliferação bacteriana podem ocorrer perdas de cobre,
magnésio, zinco, fósforo e cálcio e, na esteatorreia também, má absorção de
vitaminas lipossolúveis (vit.:A, D, E e K), sendo também o mineral zinco
fundamental para a cicatrização de feridas e sua deficiência pode ocorrer em
pacientes com fístulas persistentes.
E não adianta ter ótimos níveis de Vitamina C, sem que tenha
também Selênio; não adianta ter o mineral Cálcio se não tem Magnésio e assim
por diante. As vitaminas e os minerais devem estar em equilíbrio para que
tenham efeito benéfico ao corpo, este é o segredo.
Se alguém foi erroneamente orientado a comprar estes
compostos com Cálcio e Vitamina D para osteoporose já prontos, em farmácias,
cuidado! Estudos recentes mostram que existe um aumento significativo no índice
de infarto, além de não melhorarem em NADA a evolução do quadro de perda óssea.
O melhor, se possível é o Cálcio quelado, manipulado e deve estar em conjunto
com Magnésio, Vitamina D3 e Vitamina K em diferentes concentrações para que
seja absorvido, pois tanto a Vitamina D como a Vitamina K é lipossolúvel
(dependem de gordura para serem absorvidas) e deveriam vir em conteúdo oleoso.
Em relação aos ácidos graxos ômega 3. Esse ácido graxo
essencial possui um efeito imunomodulador potente que parece ser mediado pela
sua atuação na síntese de eicosanoides e por um efeito inibitório eicosanoide-independente
da citocina pró-inflamatória interleucina (IL-1). Desta maneira, tem sido
proposto que o uso desse ácido graxo suplementar pode ser benéfico no
tratamento das DII e na manutenção da remissão.
Porém, os estudos com a suplementação deste nutriente ainda são controversos, com respostas
clínicas variadas em função da dose, fonte e tipo de ácido graxo ômega 3
utilizado. Esses estudos também não descrevem a relação de ácidos graxos ômega
3/ômega 6 ingeridos na alimentação combinada com a suplementação, pois este
último (ômega 6) tem ação potente pró-inflamatória e alguns efeitos atribuídos
à suplementação dos ácidos graxos ômega 3 podem, talvez, serem observados com a
diminuição dos ácidos graxos ômega 6 na dieta. Sendo assim, essa suplementação
não é rotineiramente recomendada, pois ainda não foram demonstrados benefícios
clínicos evidentes. Adicionalmente, altas doses desse nutriente estão
associadas a problemas com paladar inadequado, halitose e outros efeitos
colaterais gastrointestinais.
E ainda falando em Ácidos Graxos, não é aconselhável comprar
ômega 3 em farmácias comuns. Sim, ele é pode ser benéfico para suplementar a
falta em nosso organismo. Entretanto, quando guardados por determinado tempo e
sob a presença de luz, podem oxidar e estragar, portanto o mais seguro seria a
manipulação, onde teríamos acesso ao laudo do nutriente é saber inclusive se
tem boa concentração do que realmente interessa:
De acordo com a Crohn’s & Colitis Foundation, "Os
pacientes muitas vezes acreditam que a doença é causada, e pode ser curada,
pela dieta infelizmente, isso parece ser uma abordagem demasiadamente
simplista, que não é suportada por dados clínicos e científicos. Não abandone o
tratamento convencional, e mantenha contato com o seu médico".
Então, lembre-se:
o supressor imunológico é prescrito por um bom motivo. Planeje uma estratégia
alimentar para maximizar a nutrição, a saúde e bem-estar, mantendo suas
necessidades específicas em mente.
Referências:
< http://www.consea.sp.gov.br/noticia.php?id=270#.V4LsXPkrLIU>
<http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=355>
<http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=355>
SILVA, Alice Freitas da; SCHIEFERDECKER, Maria Eliana
Madalozzo; AMARANTE, Heda Maria Barska dos Santos. Ingestão alimentar em
pacientes com doença inflamatória intestinal. ABCD arq. bras. cir. dig, v. 24,
n. 3, p. 204-209, 2011.
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