“Também chamada de gripe, a
influenza é uma doença do trato respiratório, contagiosa, causada pelo vírus da
influenza, que pode causar indisposição branda ou grave e, às vezes, pode levar
à morte. Algumas pessoas, inclusive as mais idosas, crianças pequenas e pessoas
que apresentam certas condições de saúde têm um alto risco de sofrer graves
complicações por causa da gripe. Você pode aprender mais sobre esses grupos de
risco na página” http://www.saude.sp.gov.br
A melhor forma de prevenir a
gripe é tomar a vacina anualmente.
A campanha de vacinação contra o H1N1 começou segunda-feira (04/04) na Grande São Paulo. A vacinação foi antecipada no estado por causa do aumento dos casos de H1N1. A expectativa da Secretaria Estadual da Saúde é vacinar 3,5 milhões de pessoas na Região Metropolitana de São Paulo.
A vacinação segue o calendário das campanhas de anos anteriores, obedecendo a ordem de grupos prioritários e inicia vacinando as pessoas mais suscetíveis e que podem transmitir mais o vírus. É uma questão de conseguir os melhores efeitos com um estoque limitado de vacinas. Assim, ao se vacinar, você se protege e protege os outros.
Daí a importância de começar a vacinação com agentes de saúde, que entram e contato constante com doentes infectados pelo Influenza – e pacientes que se forem infectados podem sofrer muito mais severamente.
As prioridades depois são pessoas com o sistema imune comprometido, crianças bem novas, grávidas, doentes crônicos e idosos. E também as pessoas mais ativas e que transmitem o vírus para mais potenciais alvos. Crianças mais velhas do que dois anos, por exemplo, desenvolvem sintomas muito menos severos, embora transmitam bastante a doença, por isso foi dada a prioridade aos mais novos.
Em alguns locais de vacinação
pode ser necessário apresentar uma carta assinada pelo médico autorizando a aplicação,
acredito eu, isto deve ser por conta de abusos, qualquer pessoa pode
chegar em uma UBS, por exemplo, e dizer que é portador de doença crônica e tem
prioridade na vacina, ou seja, o bom senso deve ser prioridade, sempre!
Calendário de vacinação/2016
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04/04
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Profissionais da saúde
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11/04
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Gestantes; idosos; crianças de 6 meses a 5 anos
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18/04
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Mulheres que acabaram de ter bebês; pacientes com doenças crônicas; outros grupos.
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As vacinas da rede pública são
trivalentes e protegem contra os vírus H1N1, H3N2 e o tipo B. Na rede privada,
estão disponíveis também as vacinas quadrivalentes, com cepas pra um outro tipo
de gripe b, que circula nos Estados Unidos.
O QUE É A VACINA DA GRIPE?
No Brasil, a vacina contra a
gripe é feita com vírus morto.
Ela
contém apenas algumas proteínas específicas do vírus Influenza, chamadas de
antígenos, que são capazes de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos.
O vírus influenza é famoso pela
sua elevada frequência de mutação, o que compromete a capacidade do sistema
imunológico de criar anticorpos que sejam eficazes a longo prazo. Você pode ter
uma gripe hoje e criar anticorpos altamente efetivos contra o vírus Influenza.
O problema é que, nos próximos anos, há uma grande chance do vírus circulante
já ser diferente daquele que lhe contaminou. Os anticorpos que você criou agora
já não serão efetivos, ou serão apenas parcialmente efetivos, contra a nova cepa
mutante.
As grandes epidemias de gripe que
surgem de tempos em tempos, como a pandemia do H1N1 (gripe suína) de 2009,
ocorrem toda vez que o vírus Influenza sofre mutações tão relevantes, que o
tornam praticamente um vírus novo aos olhos do sistema imunológico da maioria
da população. O vírus é tão diferente daqueles Influenzas que as pessoas
tiveram ao longo das suas vidas, que praticamente ninguém tem imunidade contra
o mesmo. Milhões de pessoas adoecem em todo o mudo, e a gripe torna-se manchete
de jornais durante semanas. Contudo, passado o período de crise, a população
cria os anticorpos necessários, e a cepa do Influenza que tanto assustou
torna-se um micróbio pouco temido e incapaz de infectar grandes multidões (até
uma nova mutação aparecer e iniciar o ciclo todo de novo).
Como consequência desta
característica do Influenza, existem várias cepas diferentes do vírus
circulando ao redor do mundo. Portanto, para que uma vacina seja efetiva, ela
precisa ser eficaz contra mais de um tipo de Influenza e precisa ser
frequentemente atualizada, de forma a estar sempre ativa contra as mutações
mais recentes.
Por isso, novas vacinas são
produzidas anualmente com o objetivo de cobrir as cepas do vírus Influenza que
circularam mais recentemente. No mundo inteiro há pesquisas para que possamos
saber exatamente quais são as cepas que estão circulando com mais intensidade,
tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul. São essas pesquisas que
orientam a composição da vacina a cada ano.
Atualmente, a produção das
vacinas leva, em média, seis meses a partir da seleção das cepas circulantes
até o produto final disponível para distribuição. Como as campanhas de
vacinação são feitas no outono, a vacina costuma ser elaborada nos meses
anteriores, geralmente na primavera. Desta forma, excetuando-se casos de
súbitas mutações de grande intensidade, raramente existem desemparelhamentos
entre as cepas cobertas pela vacina e as cepas que circulam entre a população.
A escolha pelo outono deve-se
pelo fato do sistema imunológico precisar de cerca de 1 mês para desenvolver de
forma plena uma imunidade contra as cepas presentes na vacina. Como o pico de
incidência da gripe ocorre no inverno, a população vacinada terá tempo
suficiente para estar preparada contra o vírus.
O mercúrio é utilizado como
conservante. Ele está presente na vacina como timerosal, que contém metade do
seu peso em mercúrio, o que dá a quantidade 1,25 a 25 μg por dose, menos do que
a dose diária máxima permitida. O mercúrio presente na vacina é o etil
mercúrio, que não se acumula no corpo e é rapidamente metabolizado e retirado,
ao contrário da forma nociva, o metil mercúrio. E nenhum dos dois está
associado ao autismo.
Os efeitos colaterais da vacina
acontecem por conta da nossa resposta imune, já que ela não contém o vírus em
si, apenas um pedaço dele. Como muitos dos sintomas da gripe, nossa própria
resposta contra o vírus desencadeia mudanças no corpo, e, de certa forma,
senti-los é um sinal de que nossa resposta imune está sendo formada.
De acordo com a OMS, os efeitos
colaterais mais comuns são febre, dores no corpo e nas juntas e dores de
cabeça. Todos com duração de poucos dias.
Vacina contra
influenza x Doença Inflamatória Intestinal
O risco de complicações na
ocorrência de influenza em pacientes com DII imunossuprimidos está pouco documentado,
porém espera-se que seja maior do que em indivíduos saudáveis. Os consensos
internacionais recomendam a vacinação para influenza anualmente nos indivíduos
imunossuprimidos. A resposta imune à
vacinação pode estar diminuída em pacientes sob imunossupressão. Estudos
recentes com vacina para influenza A H1N1 sugerem que os pacientes com terapia
combinada com anti-TNF e imunossupressores têm resposta reduzida com menores
taxas de soroconversão.Andrisani et al.
fizeram um levantamento da resposta imunológica à vacina contra influenza
demonstrando uma resposta abaixo do adequado quando os pacientes estavam sob
uso de terapia combinada, quando comparados com os pacientes em monoterapia e
controles.
Existem alguns dados sobre a segurança da vacina contra influenza em
pacientes com DII, particularmente naqueles em uso de imunossupressores. Um
estudo de coorte prospectivo multicêntrico com 575 pacientes avaliou sintomas
locais e sistêmicos dentro de 4 semanas após a vacinação. A vacina foi bem
tolerada, com apenas 15,5% dos pacientes relatando sintomas sistêmicos; todos
os sintomas desapareceram dentro de 72 horas. Menos de 5% dos pacientes tiveram
sintomas de reativação da doença definidos como 3 ou mais pontos no índice de
Harvey-Bradshaw. Os autores concluíram que a vacina foi bem tolerada pelos
pacientes, independentemente da terapia, e que o risco de reativação da doença
foi baixo.
As Diretrizes para Imunização em
Pacientes portadores de Doença Inflamatória Intestinal recomendam que a
programação de imunização para pacientes com DII não deve, na maioria dos
casos, divergir da programação recomendada para a população geral de crianças e
adultos. As diretrizes vigentes recomendam a aplicação de vacinas inativadas
(onde os organismos foram mortos ou inativados por meio de calor ou substâncias
químicas) contra pneumococos e gripe em pacientes imunossuprimidos. Portanto, é
importante perguntar ao seu gastroenterologista, clínico geral ou outro
profissional da saúde se você ou seus filhos portadores de DII devem ser
vacinados contra a gripe, e também discutir os riscos em oposição aos
benefícios. Os vírus da influenza propagam–se inicialmente por meio do contato
direto (ex.: tosse ou espirro) com indivíduos que já estão gripados. As pessoas
também podem ficar infectadas após tocar em algo – tal como uma superfície ou
objeto – que contenha o vírus da influenza e, em seguida, encostar na boca ou
no nariz.
Desde 2010, a vacina sazonal
contra a gripe protege os pacientes contra as cepas comuns do vírus da
influenza e também contra o vírus da gripe H1N1, de modo que é necessário tomar
apenas uma vacina. Os pacientes submetidos a tratamentos com esteroides e imunossupressores
(como a azatioprina, 6MP ou metotrexato) e a tratamentos biológicos (Remicade,
Humira, Cimzia ou Tysabri) devem discutir com seu médico os riscos e benefícios
da vacina, mas, via de regra, têm prioridade para o uso da mesma.
Segundo o trabalho de Iris Dotan e colaboradores de Israel,
publicado na Revista Inflammatory Bowel
Disease; 2012, não existe evidência de imunodeficiência sistêmica
intrínseca em pacientes com Doença Inflamatória Intestinal. Verificaram também
que imunossupressores derivados da Tiopurina (Azatioprina e 6–Mercaptopurina)
nas doses utilizadas para tratamento das doenças inflamatórias intestinais não
mostraram efeito supressivo significativo nas respostas imunológicas celulares
e humorais. Os pacientes que utilizam estas medicações respondem, portanto,
adequadamente e de forma eficaz à vacinação.
Indicação de vacinas para
indivíduos que vivem com pacientes com DII
Ressalta-se que os suscetíveis em
contato constante com portadores de imunossupressão (contatos familiares e
profissionais de saúde) devem receber a vacina para a proteção indireta dos
pacientes. Indivíduos imunocompetentes que vivem com pacientes
imunocomprometidos podem receber com segurança vacinas com vírus inativados.
Lembrar de alguns cuidados simples do dia a
dia pode ajudar a evitar a doença, como por exemplo:
Texto complementar para leitura:
"Vacina para H1N1 é segura para portadores de doenças autoimunes"
Fontes:
Maria Rita