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sábado, 4 de abril de 2015

Você tem Fome de Que?

“Bebida é água! Comida é pasto! Você tem sede de que?/ 
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida/ A gente quer comida/ Diversão e arte
A gente não quer só comida/ A gente quer saída para qualquer parte...
A gente não quer só comida/ A gente quer bebida/ Diversão, balé
A gente não quer só comida/ A gente quer a vida/ Como a vida quer...”

E foi ao som da música que iniciamos nossa V Oficina de Culinária para Portadores de Doença Inflamatória Intestinal.

Você sabe que a comida tem a capacidade de saciar não apenas no sentido nutricional, mas o emocional também!
Vemos sempre, o portador de DII’s, se deparando com restrições e limitações no seu dia-a-dia. Estamos sempre sendo direcionados para determinados alimentos pela influência que pode ser familiar, cultural, da mídia. e agora?Tenho fome e de que?
Então iniciamos uma dinâmica onde cada participante recebeu uma folha em branco e escolheu um giz de cera (vermelho/ amarelo ou azul) e desenhou algo que representasse a sua fome. Tivemos desenhos variados: uma estrada, uma figura sugerindo um susto, uma camisola, frutas, família, etc... e após, foi trocado o desenhos e cada um tinha a “missão”de interpretar o desenho do colega e a mensagem: Fome de que?

Concluímos muita fome de amor, liberdade, emoção...
Afinal, já parou para pensar que o mundo começa pela boca? Desde pequenos, ao nascer, recebemos o leite materno no peito de nossa mãe e esse ato alimenta não apenas o corpo, como também a emoção:  a proximidade com a mãe, proteção, aconchego. E ao longo da vida, o alimento se torna uma forma de prazer mais fácil e por vezes acaba sendo uma fonte de prazer absoluto ou mesmo, uma punição – O Alimento como uma fonte de PODER! Pense: a agressividade pode ser oral desde cedo: o bebê morde o seio da mãe!
E temos muitas fontes de prazer no corpo e não apenas na boca, porém, centralizamos muito mais na boca e esquecemos de caminhar... seria isso uma demonstração de imaturidade?
Jogar a raiva quando estamos comendo e acaba “azedando” o estômago!
Em nossos encontros semanais, não é raro ouvir depoimentos do tipo: “Eu como de tudo”, como se fosse sinônimo de poder, de fortaleza, que pode sim, até ser porém, e as outras formas de prazer?

A fome de amor, de companhia, de carinho, de compartilhar momentos?
Por exemplo: Fui convidado para uma festa, mas não posso ir, vou comer o que?
Sim, mas então você vai à festa para comer ou para  encontrar amigos e se divertir?
Foi aí que entraram as sugestões das nutricionistas Claudeci e Alessandra:
E se você conversar e explicar para seu amigo(a), fizer uma preparação e mostrar que pode sim ser saboroso, ou então você sugerir um encontro em sua própria casa e aí você prepara um cardápio especial?! Você poderá surpreender seus amigos!

Que tal uma prato de esfiha como sugestão de salgados? É algo assado, que pode ter recheio de carne moída, frango desfiado, escarola, ricota...
Um patê de ricota (lembram-se da receita de III Oficina?) é leve, você pode adicionar o que quiser e tolerar (salsinha, tomate picado, azeitonas...) e servir com bolachas salgadas ou torradas.
Biscoitos de polvilho? Você pode servir em potes coloridos, e todos gostam!

Ah e tem até um doce: brigadeiro feito com leite condensado de soja e cacau em pó...se você não disser, ninguém nem perceberá a mudança nos ingredientes!
Bebidas: podem ser sucos, de preferência naturais, água aromatizada (com folhas de hortelã e rodelas de limão ou laranja, etc), chás gelados...

Até em um restaurante, um rodízio de pizzas, escolha um recheio mais leve, caso não tolere o tradicional quatro queijos, portuguesa, calabresa. Em uma feijoada, observe e escolha os alimentos: sempre tem arroz, a farofa, couve refogada, pegue ao menos um pouco do caldo do feijão, alguma carne mais magra. Em um churrasco: sempre tem saladas, pães, arroz, a carne você pode escolher frango, por exemplo.

Então: Não há desculpas! Não adianta se tornar o “doente”, a “vítima” e ficar estigmatizado por um rótulo que muitos utilizam na verdade como um escudo para não viver! 
A culpa é do Crohn? Da Retocolite? NÃO!

Nada mais de desculpas,  vamos viver!!!


















Afinal:
“A gente não quer só comer/  A gente quer comer/ E quer fazer amor
A gente não quer só comer/ A gente quer prazer/ Prá aliviar a dor...
A gente não quer/ Só dinheiro/ A gente quer dinheiro/E felicidade
A gente não quer/ Só dinheiro/ A gente quer inteiro/ E não pela metade...”