Estamos na era do fast food e da digestão lenta, do homem
grande de caráter pequeno, lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de
dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a
era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros
ocos e das pílulas ‘mágicas’. Um momento de muita coisa na vitrine e muito
pouco na dispensa.
Porém,
Existe um detox que vale a pena..
Ele é o detox da ‘vida’! Sim, da
nossa vida.Detox vem da ideia de desintoxicar, tirar do corpo tudo o que não
lhe faz bem. Louvável, sem dúvida nenhuma. Mas o problema começa quando as
pessoas resolvem achar que duas garrafas de suco verde são a milagrosa solução
para melhorar suas vidas.
Diariamente recebemos estímulos negativos de todos os tipos, em todos os lugares, de várias
pessoas. Só que muitas vezes esse stress (ou estresse) é opcional, e dá sim pra
gente detoxificar. É difícil? Super. Talvez mais difícil do que tomar uma
garrafinha de suco verde e achar que está tudo certo.
E, de nada vai adiantar desintoxicar o corpo, se a vida e a alma
estão povoadas de hábitos, pessoas, dias e caminhos tóxicos. Parasitas,
comodismos, vícios, medos.
Gente tóxica é o que mais tem. Gente cinza, amarga,
invejosa, gente que gosta de problema, que gosta de doença, que gosta de
discórdia, gente que vive de aparência, gente rasa. E não tem jeito, temos que
fugir mesmo, cortar, evitar ao máximo. Bom dia, boa tarde e até logo. Não nos
deixemos contaminar.
Não adianta comer chia toda manhã se a gente odeia o emprego
e já sai de casa com vontade de voltar. Não dá para achar que o corpo vai estar
puro se você não acredita no que faz e passa mais de 40 horas da semana
ruminando tarefas infelizes.
Não adianta beber 3 litros de água por dia quando se está
num relacionamento que afundou. É cômodo, todos sabemos. Mas a vida é uma só e
não dá para ver os dias, meses e anos passarem com migalhas de amor e sem
vestígios de paixão.
Não adianta colocar linhaça nas receitas quando só se
reclama da vida, dos outros, do país, do calor, da chuva, do trânsito. É um
ciclo vicioso, quanto mais a gente fala das coisas ruins, menos atenção a gente
dá às coisas boas e a vida vai ficando ruim, ruim, ruim.
Então, é mera ilusão achar que a mudança vem de fora para
dentro. Que a felicidade e a saúde cabem em embalagens plásticas com códigos de
barra. Produtos podem ser ótimos coadjuvantes nessa busca, mas a verdadeira
mudança é só o protagonista quem faz: VOCÊ!
E para fazer detox na vida é preciso coragem. Coragem para
mudar, para arriscar, para romper, para fechar ciclos que há muito tempo
deveriam ter terminado.