Estava digitando o resumo da última reunião e lembrei-me de
uma frase que ouvi de uma senhora nesta semana que passou:
“Pôxa, sempre que
ela me encontra, pergunta sobre meu filho que foi assassinado durante um
assalto ela sabe, ele está morto, por que sempre me pergunta, e ainda diz ser
minha amiga…É uma realidade que não tenho como modificar, dói muito, mas tenho
que continuar vivendo”. Ela se referia a uma amiga que sempre que a encontrava
lembrava o episódio e isso me fez pensar em nós e o Crohn/ Retocolite Ulcerativa.
É nossa realidade e não temos como modificar e muito menos
pedimos ou somos culpados em ter, então quando ouvimos alguém comentar, como por
exemplo, durante nossas reuniões, é como se fosse uma “amiga intrometida”, mas
no bom sentido. Tentamos entender a preocupação, a ansiedade e o medo dos
novatos, todos nós passamos por esta fase e, principalmente dos pais, em
especial as mães.
Sim, tudo que é desconhecido nos causa medo, mas se tivermos
conhecimento poderemos lidar melhor com a situação, não é? Inclusive, recebi
email de um leitor, portador de Crohn solicitando orientação quanto a indicação de profissionais
em SP e comentou que ao acessar o blog, percebeu que o tratamento vai muito
além e a informação é muito importante.
Relatei isso por conta de um acontecido durante a última reunião,
quando uma mãe ficou exaltada e até comentou que estaríamos fazendo mais mal à
filha dela que já estava sentindo-se mal por conta dos sintomas ainda sem um diagnostico
fechado. Sim, num primeiro momento pode acontecer, mas se tivermos paciência (sim,
após tantos anos de DII, conclui que a paciência é a virtude que mais preciso
desenvolver), veremos que cada caso é um caso, e que mesmo os mais sofridos
conseguem tirar algo de bom ao final.
E, após o choro, nada como uma conversa descontraída e
animada com quem passou e passa pela DII, não é Ana Cristina, Ana Paula, Eliane, Sueli, Cláudia? Cada uma a sua maneira passou um pouco da experiência e
ao final conseguimos arrancar um sorriso da D. Iara que estava toda tristinha,
encabulada e medrosa e também da mãe e filha que chegaram assustadas. Por tudo
isso, é que vemos o quanto vale a pena o trabalho de formiguinha onde cada uma
carrega a sua folhinha e reparte com o outro. Acredito que estamos indo bem!
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