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quarta-feira, 6 de março de 2013

Quando só resta aceitar a dor


A pessoa acometida por algum desconforto emocional, comportamental,ou seja, com pensamentos distorcidos da realidade que gera conflitos internos e externos comprometendo a sua vida diária deve procurar ajuda. Nesse caso é importante que a pessoa procure sim ajuda com profissionais como psiquiatras e psicólogos para consultas de avaliação em saúde mental.
Os psicólogos e médicos psiquiatras são os profissionais que trabalham integrados para desenvolver intervenções psicológicas e farmacológicas no objetivo de proporcionar um tratamento estruturado capaz de oferecer ao paciente uma melhor qualidade de vida. Porém, para que o tratamento seja bem sucedido é necessário, além de um bom profissional, que o paciente esteja intimamente convencido de que precisa de ajuda e esteja disposto a transformar seu olhar sobre as coisas e o seu comportamento.

Os acontecimentos do dia-a-dia, vivenciados pelos indivíduos portadores de doença inflamatória intestinal são tão importantes quanto às complicações físicas que as acompanham.
Medo, ansiedade podem ser mais bem explicadas pelas preocupações relacionadas à sua saúde, quando descritos: menor energia, insatisfação com sua imagem corporal, isolamento, sentir-se como uma carga, oprimido, sujo, não conseguir atingir todo seu potencial e, principalmente a falta de informações detalhadas que deveriam partir da comunidade médica e que terminam por interferir na qualidade vida.

As preocupações relacionadas à saúde e as dúvidas sobre a etiologia e curso da doença são as mais comuns entre os portadores de DII e criam dificuldades para a tomada de decisões, seja no campo profissional quanto nas atividades de lazer, fazendo com que certas aspirações terminem por ser descartadas. Sensações físicas limitantes, como fadiga, que acompanha estados de anemia ou desnutrição, decorrentes da atividade inflamatória ou suas complicações, ou ainda os efeitos secundários de certos medicamentos, também compõem o conjunto de preocupações. Compromissos cancelados abruptamente são igualmente motivos para desencadear momentos estressantes, sem poupar familiares, amigos e colegas de trabalho.

Outra preocupação refere-se à imagem corporal. Medicamentos, por exemplo, e, principalmente, cirurgias podem, para certos indivíduos, ter repercussões extremamente marcantes, principalmente se envolverem adolescentes, faixa etária que já se mostra agredida com o simples aparecimento de uma das inflamações. As sensações de isolamento e medo partem do próprio doente, como resposta às suas condições de saúde e de comportamento psicológico.

E para os familiares é difícil avaliar o esforço cotidiano desenvolvido para lidar com a doença. Também a redução do potencial de trabalho ou estudo os limita para projetos de vida profissionais mais ambiciosos. A sensação de sujeira por motivo de diarreia, por vezes acompanhada de urgência evacuatória, obriga os doentes a estarem próximos de banheiros. Mesmo assim acidentes, extremamente constrangedores, acontecem e a impressão de odores desagradáveis, concorre para maior isolamento desses indivíduos.
E mais uma vez a falta da informação médica, no sentido de discutir o aspecto psicossocial das DII, pode aumentar as incertezas e preocupações dos pacientes e familiares talvez dificultando suas possibilidades de ajustes comportamentais e mesmo sua aderência aos tratamentos sugeridos.

Segundo Berkman (1995)3, um forte “apoio social” pode modificar positivamente a evolução da saúde de um paciente. Este apoio teria ação direta, reduzindo os efeitos do componente psicológico ou, indiretamente, neutralizando as consequências negativas do estresse.

Bibliografia:
Aspectos Psicossociais e Qualidade de Vida
Sender J. Miszputen
Professor Associado, Doutor em Gastroenterologia, Chefe do Setor de Intestino da
Disciplina de Gastroenterologia, do Departamento de Medicina da Escola Paulista de
Medicina – UNIFESP
3. Berkman L. The role of social relations in health promotion. Psychosom Med
1995; 57: 245-54

E para completar: Quando a gente trava diante de algo não adianta querer experimentar receitas alheias. Resta aceitar que tudo passa,inclusive a dor. Não se tem dia, hora, nem prazo… Mas passa!
Não podemos nos abandonar. Cuidados com a imagem, os cabelos, vestir uma roupa limpa, alimentar-se direito,  devem fazer parte da rotina. Porque não existe nada pior que olhar no espelho e ver ali um “zumbi”. Não dá para viver com pena de si próprio. E nem podemos achar que tudo de ruim só acontece com a gente. A vida é mesmo assim… pra todos!





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