e Aí? como e quando você costuma beber? |
E o que seria efeito ANTABUSE? Calma, ninguém é uma anta e pode abusar! rs
Pois é, existem algumas
substâncias, que por terem em sua estrutura grupamentos contendo nitrogênio ou
uma composição de nitrogênio com enxofre, inativam a enzima acetaldeído
desidrogenase, a qual não irá converter o acetaldeído proveniente do etanol em acetato(química pura!). O acúmulo de acetaldeído provoca
reações típicas muito desagradáveis, caracterizadas por: ardência na face,
dificuldades respiratórias, náuseas, vômitos, transpiração, queda de pressão,
vertigem e visão borrada. O Antabuse, nome comercial do composto dissulfiram,
utilizado para combater o alcoolismo, baseia sua ação justamente aí. Um
antiprotozoário muito conhecido chamado metronidazol também causa esse efeito. E vários antibióticos
freqüentemente receitados, possuem um grupamento nitrogênio, o qual também é capaz de
promover esse efeito "antabuse". Além disso, estes antibióticos
reagem diretamente com o acetaldeído, diminuindo a concentração do antibiótico
livre no sangue. Isto significa que, em termos farmacêuticos, fica diminuída a
disponibilidade do antibiótico para agir. Uma vez que existe menor concentração
de antibiótico, seu efeito será reduzido - justamente o que os médicos afirmam,
"que o álcool tira o efeito".
Nem todos os antibióticos
interagem com bebidas alcoólicas, mas não é fácil explicar para um paciente que
não entende nada de química por que ele não pode tomar tal antibiótico com
álcool e tal antibiótico ele pode. A tendência do paciente será sempre a de
generalizar, e é claro, generalizar para o que é favorável a ele, ou seja,
"ah, se tomando a minha "pinga" com X eu não sinto nada, vou
tomar com Y também!" Por isso os médicos preferem generalizar também, não
dando chance à imaginação da nossa população.
* Álcool potencializando o efeito
de um medicamento: Quando as enzimas que metabolizam o medicamento são as
mesmas do álcool, estas ficam "ocupadas" processando o etanol, fazendo
com que o remédio permaneça por mais tempo e em maior concentração na corrente
sanguínea. Em alguns casos esta pode ser a diferença entre intoxicação ou não.
* Álcool inibindo a ação de um
medicamento: Acontece com bebedores crônicos. O estímulo alcoólico constante no
fígado faz com que haja um aumento no número de enzimas hepáticas. Quando
um medicamento chega neste órgão há um excesso destas para metabolizá-lo,
inativando a droga muito mais rapidamente do que de costume. Este excesso de
enzimas pode permanecer por semanas após cessado o consumo de álcool.O estímulo
constante do etanol e seus metabólitos podem gerar enzimas que transformam
substâncias não tóxicas em metabólitos tóxicos.
* Álcool agindo no mesmo sítio
dos medicamentos: Outra maneira de potencialização de remédios é quando estes,
assim como o etanol, também atuam sobre o sistema nervoso central, como o caso
de narcóticos e sedativos.
* Remédios aumentando o efeito do
álcool: Alguns medicamentos inibem as enzimas que metabolizam o álcool,
aumentando seus efeitos e seu tempo de permanência no organism. Potencializam
as lesões do álcool no organismo.
Antibióticos e bebidas
alcoólicas:
ANTIBIÓTICOS: Os antibióticos
são substâncias que atuam diretamente sobre o microorganismo, agindo sobre sua
membrana celular, suas enzimas ou seu DNA. Cada uma das ações dos antibióticos
está ligada à sua estrutura química. Além disso, as características químicas de
cada substância modificam a sua absorção em nosso corpo e, de uma maneira
geral, isso pode ser entendido da seguinte forma: substâncias com caráter
levemente ácido ou alcalino e comportamento apolar (substâncias apolares podem
ser entendidas grosso modo como substâncias "gordurosas")
dissolvem-se bem em fluidos corporais. O caráter levemente ácido (ou básico)
significa que estas substâncias normalmente encontram-se no que se chama de
forma não ionizada, que é bem absorvida pelo nosso corpo. Dependendo das condições
de acidez do meio, elas podem se converter à chamada forma ionizada, que é
pouco absorvida.
ANTIBIÓTICO + ÁLCOOL : O álcool
promove maior produção de ácido clorídrico no estômago e aumento dos movimentos
do intestino e do estômago, podendo provocar diarréia e vômitos. Estes dois
efeitos promovem uma passagem mais rápida e uma menor absorção do medicamento
pelo estômago e pelo intestino. Assim, a ação do álcool não ocorreria
diretamente sobre a substância antibiótica, mas sim na sua absorção. Com uma
absorção menor, o medicamento estaria em menor concentração na corrente
circulatória, diminuindo sua ação. Entretanto, esses mecanismos de interação,
embora sejam coerentes, não são os principais responsáveis pela recomendação de
não ingerir bebidas alcoólicas juntamente com antibióticos.
Outro risco de beber e tomar
medicamentos é que o etanol pode promover um dano maior que o normal ao fígado
quando o antibiótico já possui por si só uma atividade tóxica para este órgão,
como é o caso do antifúngico cetoconazol e seus derivados, do antibiótico
contra tuberculose izoniazida e do antibiótico azitromicina e seus derivados.
No entanto, os efeitos tóxicos são maiores para os usuários crônicos de álcool,
aqueles que bebem todos os dias, uma cervejinha (só uma hein pinguçada!) não
causará maiores danos, embora possam surgir náuseas, vômitos e dores abdominais.
O certo é que uma cervejinha ou
um vinho cai muito bem em diversas situações, mas o mais importante é beber com moderação. O risco de reações desagradáveis e
problemas futuros ao ingerir bebidas alcoólicas durante algum tratamento médicos
sempre pode existir, sentir essas reações ou não é uma questão de
escolha! Eu escolho ficar bem!
Bibliografia:http://www.projetoockham.org/boatos_antibiotico_1.html
Bibliografia:http://www.projetoockham.org/boatos_antibiotico_1.html
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