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domingo, 1 de julho de 2012

Nossa 7a. reunião - 26/06/2012

Conversando sobre o que podemos e fazemos e o que não podemos e também fazemos...surgiu o tema: Bebidas Alcóolicas. E, todos nós bebemos, mas tem algum problema? podemos, só um pouco, vez ou outra?
e Aí? como e quando você costuma beber? 

E o que seria efeito ANTABUSE? Calma, ninguém é uma anta e pode abusar! rs
Pois é, existem algumas substâncias, que por terem em sua estrutura grupamentos contendo nitrogênio ou uma composição de nitrogênio com enxofre, inativam a enzima acetaldeído desidrogenase, a qual não irá converter o acetaldeído proveniente do etanol em acetato(química pura!). O acúmulo de acetaldeído provoca reações típicas muito desagradáveis, caracterizadas por: ardência na face, dificuldades respiratórias, náuseas, vômitos, transpiração, queda de pressão, vertigem e visão borrada. O Antabuse, nome comercial do composto dissulfiram, utilizado para combater o alcoolismo, baseia sua ação justamente aí. Um antiprotozoário muito conhecido chamado metronidazol também causa esse efeito. E vários antibióticos freqüentemente receitados, possuem um grupamento nitrogênio, o qual também é capaz de promover esse efeito "antabuse". Além disso, estes antibióticos reagem diretamente com o acetaldeído, diminuindo a concentração do antibiótico livre no sangue. Isto significa que, em termos farmacêuticos, fica diminuída a disponibilidade do antibiótico para agir. Uma vez que existe menor concentração de antibiótico, seu efeito será reduzido - justamente o que os médicos afirmam, "que o álcool tira o efeito".
Nem todos os antibióticos interagem com bebidas alcoólicas, mas não é fácil explicar para um paciente que não entende nada de química por que ele não pode tomar tal antibiótico com álcool e tal antibiótico ele pode. A tendência do paciente será sempre a de generalizar, e é claro, generalizar para o que é favorável a ele, ou seja, "ah, se tomando a minha "pinga" com X eu não sinto nada, vou tomar com Y também!" Por isso os médicos preferem generalizar também, não dando chance à imaginação da nossa população.

* Álcool potencializando o efeito de um medicamento: Quando as enzimas que metabolizam o medicamento são as mesmas do álcool, estas ficam "ocupadas" processando o etanol, fazendo com que o remédio permaneça por mais tempo e em maior concentração na corrente sanguínea. Em alguns casos esta pode ser a diferença entre intoxicação ou não.
* Álcool inibindo a ação de um medicamento: Acontece com bebedores crônicos. O estímulo alcoólico constante no fígado faz com que haja um aumento no número de enzimas hepáticas. Quando um medicamento chega neste órgão há um excesso destas para metabolizá-lo, inativando a droga muito mais rapidamente do que de costume. Este excesso de enzimas pode permanecer por semanas após cessado o consumo de álcool.O estímulo constante do etanol e seus metabólitos podem gerar enzimas que transformam substâncias não tóxicas em metabólitos tóxicos.
* Álcool agindo no mesmo sítio dos medicamentos: Outra maneira de potencialização de remédios é quando estes, assim como o etanol, também atuam sobre o sistema nervoso central, como o caso de narcóticos e sedativos.
* Remédios aumentando o efeito do álcool: Alguns medicamentos inibem as enzimas que metabolizam o álcool, aumentando seus efeitos e seu tempo de permanência no organism. Potencializam as lesões do álcool no organismo.

Antibióticos e bebidas alcoólicas:
ANTIBIÓTICOS: Os antibióticos são substâncias que atuam diretamente sobre o microorganismo, agindo sobre sua membrana celular, suas enzimas ou seu DNA. Cada uma das ações dos antibióticos está ligada à sua estrutura química. Além disso, as características químicas de cada substância modificam a sua absorção em nosso corpo e, de uma maneira geral, isso pode ser entendido da seguinte forma: substâncias com caráter levemente ácido ou alcalino e comportamento apolar (substâncias apolares podem ser entendidas grosso modo como substâncias "gordurosas") dissolvem-se bem em fluidos corporais. O caráter levemente ácido (ou básico) significa que estas substâncias normalmente encontram-se no que se chama de forma não ionizada, que é bem absorvida pelo nosso corpo. Dependendo das condições de acidez do meio, elas podem se converter à chamada forma ionizada, que é pouco absorvida.
ANTIBIÓTICO + ÁLCOOL : O álcool promove maior produção de ácido clorídrico no estômago e aumento dos movimentos do intestino e do estômago, podendo provocar diarréia e vômitos. Estes dois efeitos promovem uma passagem mais rápida e uma menor absorção do medicamento pelo estômago e pelo intestino. Assim, a ação do álcool não ocorreria diretamente sobre a substância antibiótica, mas sim na sua absorção. Com uma absorção menor, o medicamento estaria em menor concentração na corrente circulatória, diminuindo sua ação. Entretanto, esses mecanismos de interação, embora sejam coerentes, não são os principais responsáveis pela recomendação de não ingerir bebidas alcoólicas juntamente com antibióticos.

Outro risco de beber e tomar medicamentos é que o etanol pode promover um dano maior que o normal ao fígado quando o antibiótico já possui por si só uma atividade tóxica para este órgão, como é o caso do antifúngico cetoconazol e seus derivados, do antibiótico contra tuberculose izoniazida e do antibiótico azitromicina e seus derivados. No entanto, os efeitos tóxicos são maiores para os usuários crônicos de álcool, aqueles que bebem todos os dias, uma cervejinha (só uma hein pinguçada!) não causará maiores danos, embora possam surgir náuseas, vômitos e dores abdominais.

O certo é que uma cervejinha ou um vinho cai muito bem em diversas situações, mas o mais importante é beber com moderação. O risco de reações desagradáveis e problemas futuros ao ingerir bebidas alcoólicas durante algum tratamento médicos sempre  pode existir, sentir essas reações ou não é uma questão de escolha! Eu escolho ficar bem!

Bibliografia:http://www.projetoockham.org/boatos_antibiotico_1.html













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