Após passar em consulta e
também acompanhar meu pai, um senhor idoso e portador de Alzheimer, em um
pronto atendimento vou postar minha indignação com o atual sistema de saúde
seja público ou privado! Sem citar nomes, apenas digo que o desrespeito é
grande, nos julgam ignorantes e quando mostramos que somos esclarecidos e
estamos entendendo o que acontece, aí mudam o comportamento!
“O inferno dos vivos não é algo
que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos
os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A
primeira é fácil para maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte
dele até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção
e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do
inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.” (Calvino, 2003, p.158)
De quem é a culpa? Do sistema
sobrecarregado e estressante que gera um atendimento desumano e sem ética?
Seria do próprio paciente que mantem o velho hábito de considerar o
profissional da medicina um Deus a quem deve obediência e agradecimento por
estar sendo atendido?
E tanto se fala em
humanização? Mas, e o que seria
humanização?
Baraúna (2005) afirma que “a humanização é um processo de construção gradual, realizada através do compartilhamento de conhecimentos e de sentimentos”. Nesse contexto, humanizar é ter uma pré-disposição para contribuir (o sentimento e o conhecimento) com o outro de forma ética, individualmente e independente, reconhecendo os limites, seus e o dele, compondo uma empatia entre indivíduos, possibilitando troca de informações.
Segundo Betts (2003), “…sem
comunicação não há Humanização”, baseia-se na capacidade da troca de informação
por comunicação (verbal ou não verbal) entre indivíduos. Esse compromisso,
teoricamente firmado, com a pessoa que está sofrendo, passa por estágios de
motivação individual ou de ambas as partes. Essa motivação pode resultar do
sentimento de compaixão piedosa por quem sofre ou da ideia de que assim
contribuímos para o bem comum e para o bem-estar em geral; pelo estímulo nato
da objetividade da investigação científica que exclui a subjetividade (ex.:
medicina baseada em evidências) e, por fim, a solidariedade genuína.
Então, o que posso dizer após
mais de 30 anos de acompanhamento médico por conta de uma doença inflamatória
intestinal crônica, onde presenciei as dificuldades enfrentadas pelos médicos e
pacientes, digo que é possível sim oferecer uma melhor assistência, bastando o
profissional ter sensibilidade e se colocar no lugar do paciente.
Às vezes uma
palavra ou um simples gesto já o ajudam a aliviar o sofrimento e que existem
médicos que gostam da doença e médicos que gostam de pessoas, ou seja, o
primeiro vai tratar bem a doença, se preocupar com procedimentos cirúrgicos,
mas você é problema seu! Já o que gosta de pessoas irá sim se preocupar com a
doença, porém sem esquecer de que o mais importante é você, o portador da
doença e que sente dor, medo, angústias e toda sorte de sentimentos.

Não sou e nunca serei “rato”de
laboratório, procuro sempre estar informada para poder questionar os “por quês”
dos procedimentos.
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