Adotar uma postura positiva
diante da vida também é fator importante para aumentar a expectativa de vida,
segundo um estudo conduzido por pesquisadores do Albert Einstein College of
Medicine. A maior parte dos voluntários da pesquisa com idade próxima aos 100
anos eram extrovertidos e viam o mundo sob uma perspectiva otimista e
despreocupada.
Um estudo publicado no Journal of
Internacional Medicine mostrou que hábitos de vida têm maior influência sobre a
longevidade do que a própria genética. Então, o segredo está em combinar estilo
de vida saudável, participação em pelo menos uma atividade de lazer e vida
social movimentada, o tripé rende até 5,4 anos a mais de vida quando comparado
à rotina de hábitos saudáveis, mas sem atividade de lazer e pouca interação
social.
Sabendo o quanto é importante
dormir bem, tentar equilibrar lazer e as obrigações ( trabalho, estudos,
compromissos), além de manter uma alimentação saudável, procure manter a
tranquilidade em casa, o convívio com a família, os amigos e diminua o grau de
exigência que tem sobre si mesmo.
“Cometa bobagens. Não pense
demais porque o pensamento já mudou assim que se pensou. O que acontece
normalmente, encaixado, sem arestas, não é lembrado. Ninguém lembra do que foi
normal. Lembramos do porre, do fora, do desaforo, dos enganos, das cenas
patéticas em que nos declaramos em público. Cometa bobagens. Dispute uma
corrida com o silêncio. Não há anjo a salvar os ouvidos, não há semideus a
cerrar a boca para que o seu futuro do passado não seja ressentimento. Demita o
guarda-chuva, desafie a timidez, converse mais do que o permitido, coma
melancia e vá tomar banho de rio. Mexa as chaves no bolso para despertar uma
porta. Cometa bobagens. Não compre manual para criar os filhos, para prender o
gozo, para despistar os fantasmas. Não existe manual que ensine a cometer
bobagens. Não seja sério; a seriedade é duvidosa; seja alegre; a alegria é
interrogativa. Quem ri não devolve o ar que respira. Não atravesse o corpo na
faixa de segurança. Grite para o vizinho que você não suporta mais não ser
incomodado. Use roupas com alguma lembrança. Use a memória das roupas mais do
que as próprias roupas. Desista da agenda, dos papéis amarelos, de qualquer
informação que não seja um bilhete de trem. Procure falar o que não vem à
cabeça. Cantarolar uma música ainda sem letra. Deixe varrerem seus pés, case
sem namorar, namore sem casar. Seja imprudente porque, quando se anda em linha
reta, não há histórias para contar. Leve uma árvore para passear. Chore nos
filmes babacas, durma nos filmes sérios. Não espere as segundas intenções para
chegar às primeiras. Não diga “eu sei, eu sei”, quando nem ouviu direito.
Almoce sozinho para sentir saudades do que não foi servido em sua vida. Ligue
sem motivo para o amigo, leia o livro sem procurar coerência, ame sem pedir
contrato, esqueça de ser o que os outros esperam para ser os outros em você.
Transforme o sapato em um barco, ponha-o na água com a sua foto dentro. Não
arrume a casa na segunda-feira. Não sofra com o fim do domingo. Alterne a
respiração com um beijo. Volte tarde. Dispense o casaco para se gripar. Solte
palavrão para valorizar depois cada palavra de afeto. Complique o que é muito
simples. Conte uma piada sem rir antes. Não chore para chantagear. Cometa
bobagens. Ninguém lembra do que foi normal. Que as suas lembranças não sejam o
que ficou por dizer. É preferível a coragem da mentira à covardia da verdade.” (Fabrício Carpinejar)
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