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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Nossa 30a. Reunião: 11/12/2012


Pois é pessoal, dessa vez, excepcionalmente, não pudemos contar com a presença de nossas amigas Rita e Miriam, que tiveram suas ausências devidamente justificadas. Sendo assim, enquanto nossa psicóloga Zulmira trabalhava com o grupo, sobrou para mim a função de tentar relatar o que rolou nesse encontro. Não tenho a experiência da nossa blogueira Rita e, só no final da reunião me lembraram de que não tirei fotos do grupo, justo desta vez que tinha tantos amigos que não víamos há algum tempo. Bom, paciência, pois é o que tem pra hoje.  rs

Como sempre, iniciamos com os últimos informes, reforçando o convite para a nossa 1ª Festa de Confraternização e, informamos os participantes sobre a venda de camisetas do grupo, já que alguns colegas estavam desatualizados.
Correram as apresentações e a admiração da nossa amiga Bruna, que depois de 6 meses, retornou a grupo e pode notar que não foi a única a trocar o físico esquelético por formas mais rechonchudas. Nossa amiga Silvia, em seu primeiro encontro com os Crohnistas, não acreditou quando dissemos que depois das crises ela conseguiria engordar. Desta vez, beem mais fortinha e rindo de si mesma, brinca: “Eu não acreditava que havia vida após o crohn!”
Maria dos Remédios confessou: “Depois de ver gente muito pior que eu, me sinto egoísta de reclamar da minha situação.” Ressaltou também a importância de já ter participado do grupo, onde segundo ela, aprendeu a valorizar o quanto já melhorou.

“Mas queremos a cura definitiva e absoluta para tudo!” –nos chamou a atenção, Zulmira, afinal a sociedade nos dita que temos de ser perfeitos; saudáveis e sem problemas.

Então surgiu a questão: Como encarar essa cruel sociedade com os odores de nossas diarreias e gases? Como viajar em grupo para uma casa com apenas 01 banheiro para todos? Se for um familiar ou amigo intimo, entenderá nossa necessidade de urgência e, abrirá a porta do banheiro, sem problemas. Mas e se for o amigo do amigo; como essa pessoa vai encarar essa situação várias vezes ao dia, percebendo nossa imperfeição?  Vamos sair de casa para nos divertir e, por conta de um constrangimento no banheiro, acabamos sofrendo preconceito debaixo do mesmo teto?

Huuumm, preconceitos X diversidades de toda ordem!

Como a sociedade nos prepara para lidar com isso?
A religião diz que perfeição é ser honesto, humilde, perdoar, respeitar o próximo. A mídia diz que perfeição é ser bonito, inteligente, não levar desaforo para casa, conseguir o que quer mesmo passando por cima do próximo e, o principal, não ter problemas. Por um lado não podemos nada, por outro a mídia ensina que podemos tuuudo!! Nesse meio tempo perdemos o equilíbrio das coisas.
A globalização nos trouxe muitas coisas boas, mas às vezes nos rouba o bom senso. “Nos tem levado à mediocridade, uniformizando as pessoas.” – comenta Zulmira.

Tem que estar com o corpo bonito, com o cabelo bonito, ter o smartphone mais moderno, assistir a programação da Globo e ter os padrões globais. “Isso tudo porque não nos importamos com o que os outros acham de nós” –satirizou Flávio. 

Só fazemos o que queremos, mas o que queremos é fazer bonito na frente dos outros!
Danilo chamou a atenção à nova realidade dos adolescentes e pré- adolescentes. Essa molecada novinha de 13/ 14 anos, que nunca se quer beijou alguém do sexo oposto, mas se diz homossexual, se divertindo ao chamar a atenção dos outros na frente dos coleguinhas. Nosso amigo questiona: “Será que essa molecada sabe realmente o que quer, ou estão apenas seguindo a massa?”
Chega uma hora em que as pessoas agem tão iguais, copiando umas as outras, que nada mais choca ou chama a atenção. Ninguém vai ligar se mais um garotinho virou gay, se mais um motoqueiro caiu na Marginal, se mais um mendigo está morrendo de frio.
No grupo, todos nós concordamos de que estamos sofrendo uma banalização massificada.

Foi dito ainda, que hoje muitos pais perdem seus filhos para a Rede Globo, na educação de seus filhos. Estamos tendo uma inversão de valores, e na onda de agradar e ser perfeito, vamos nos tornando cada vez mais superficiais.

Afinal, como vamos falar de problemas a e doenças para o colega do trabalho ou da academia? Não temos mais amigos verdadeiros, temos colegas e, vamos filtrando muito do que dizer e como agir diante dessa ou daquela pessoa. Sem que notemos a massa de manobra imposta pela mídia, deixamos de ser solidários, passamos a ser solitários e individualistas. “Vamos nos defendendo tanto e nos fechando tanto, que ainda corremos o risco de adoecer” – arrematou Danilo.

Zulmira perguntou ao Dr. Idblan se a vida imita a arte ou vice versa? Ele cantou um pequeno trecho da música Sangue de Bairro, de Chico Science, que diz :” Morrer, viver, morrer, viver!” e respondeu que a arte imita a vida como a vida imita a arte. Depois citou o cantor Carlos Careqa, que fala que as pessoas vão pela moda e não se perguntam qual é o significado disso; e diz: “todo mundo quer ser artista.”

Antes de encerrar nosso encontro, Zulmira nos lembra de que a vida é muito maior que isso tudo.

Então, vamos tentar ficar atentos!
Um abraço à todos!
Edna Pereira

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